Saiba como criar um plano de manutenção preventiva na frota de caminhões

A constante utilização de veículos de carga demanda a realização da manutenção de frota de caminhões, para garantir a continuidade das atividades de uma transportadora. Esse é um fator que agrega valor aos serviços de transporte, melhorando também a produtividade da empresa.

No entanto, para que o seu negócio seja beneficiado por esse diferencial estratégico, é necessário construir um plano detalhado para a atividade de manutenção. Neste artigo, você conhecerá quais avaliações devem fazer parte do planejamento e quais resultados podem ser esperados. Aproveite a leitura!

O que é a manutenção preventiva?

De modo simplificado, é possível definir esse modelo de manutenção como uma inspeção periódica, cujo principal objetivo é evitar defeitos e queda da produtividade. Essa realidade é ainda mais perceptível em uma frota de caminhões, que sofre desgaste devido a sua utilização constante.

Por exemplo, você sabia que quase 30% dos acidentes rodoviários e urbanos no Brasil poderiam ser evitados, se as pessoas responsáveis pelos veículos fizessem a manutenção preventiva de maneira regular? Portanto, manter os veículos em bom estado de conservação é uma prática que ajuda a ampliar a sua vida útil, evita acidentes e, em especial, contribui para a redução de custos.

Como elaborar um plano de manutenção preventiva?

O gerenciamento da frota é uma das atividades mais importantes, pois viabiliza a utilização de um patrimônio de elevado valor para a empresa. Isso quer dizer que essa área tem grande impacto na operação logística.

Um plano de manutenção preventiva serve para guiar o gestor em relação às atividades que devem desenvolvidas, ao longo do processo, para garantir que os caminhões estejam em ótimo estado. Pensando nisso, listamos, a seguir, algumas dicas de como elaborar um plano de manutenção preventiva. Confira e saiba como aplicar na sua empresa!

Avalie o estado atual da frota

Devido ao seu impacto na durabilidade da frota, a atividade de manutenção deve começar com o levantamento de dados atuais sobre a condição no qual os caminhões se encontram. Por isso, é importante verificar:

  • a data de aquisição do veículo;
  • o total da quilometragem percorrida;
  • o desgaste dos principais componentes;
  • o ano de fabricação de acordo com a montadora;
  • quantidade de revisões, reparos e manutenção.

Com base nessas informações, o gestor tem condições de estimar o período no qual será necessário realizar a substituição de peças, a troca de filtros e a checagem de fluidos. Além disso, é importante destacar que as partes do veículo têm necessidades distintas, no que diz respeito a sua manutenção.

A cabine, por exemplo, contém a maior parte dos elementos mais importantes, como o motor e o sistema de direção. Já a carroceria, o instrumento que suporta o peso da carga e está sujeito a um elevado nível de desgaste.

Elabore o orçamento da área de manutenção

Para realizar a manutenção, é preciso destinar uma verba suficiente para abastecer a oficina com equipamentos e materiais para reposição dos diferentes tipos de caminhões. Nesse sentido, a análise dos custos para a criação de um orçamento dedicado deve considerar:

  • a implantação de um software de gestão;
  • a aquisição de equipamentos e ferramentas;
  • o pagamento de folha da área;
  • os custos com a construção ou expansão do espaço da oficina;
  • os custos relacionados ao fornecimento de água e energia elétrica.

É fundamental dimensionar os recursos financeiros de acordo com a situação atual da sua empresa.

Escolha o período ideal para realizar a manutenção

Essa atividade tem o objetivo de evitar maiores danos que deixariam o veículo ocioso por longos períodos. Por isso, a realização da manutenção deve ser planejada, de modo que não consuma muito tempo.

O gestor pode definir que as inspeções serão realizadas antes do início da viagem, garantindo que o caminhão esteja em perfeitas condições para pegar a estrada. Ou pode-se optar por programar a manutenção para depois da conclusão das viagens e, com isso, identificar componentes que possam ter sofrido desgaste excessivo.

Essa é uma medida que busca minimizar o número de interrupções no processo, que pode deixar outros motoristas sobrecarregados ou causar atraso nas entregas. É importante lembrar de que os momentos de inatividade também são prejudiciais, já que representam custos excedentes.

Separe a verificação de cada tipo de componente

Assim que o veículo é recebido na oficina, o primeiro passo é registrar em um documento, chamado diário de bordo, todas as ocorrências observadas pelo motorista — como ruídos, problemas para controlar a direção e lentidão no tempo de resposta do sistema de freios.

Também, há a necessidade de lançar no sistema ou em um controle manual qual foi a quilometragem percorrida durante o trajeto. Para garantir que o serviço de manutenção seja efetuado de acordo com a necessidade, o gestor pode separar áreas distintas de acordo como o tipo de sistema ou componente. Alguns exemplos são:

  • mecânica: tem a função de verificar o motor e os componentes relacionados ao seu funcionamento;
  • lubrificação: área responsável pela checagem e troca de lubrificantes e filtros conforme a necessidade;
  • elétrica: assegura a correta tensão de energia distribuída por todos os sistemas de bordo;
  • borracharia: realiza o rodízio dos pneus, bem como a sua substituição, sempre que necessário;
  • funilaria e pintura: cuida do aspecto externo da frota, em especial para veículos plotados e que requerem cuidados estéticos;
  • tapeçaria: realiza ajustes e reparos no estofamento e tapetes.

Após a avaliação de cada etapa, o caminhão ainda passa por uma vistoria final, que libera ou não seu retorno para a operação.

Tenha indicadores de produtividade

Outro fator a ser considerado são os indicadores de produtividade. É importante mensurar se a manutenção preventiva tem sido efetiva. Isso também ajuda sua empresa a perceber se há recursos ou processos que podem ser melhorados.

Crie um checklist dos principais itens verificados

Como o próprio nome sugere, um checklist é uma lista de verificações que contempla todos os itens que devem ser checados, para que o veículo seja liberado para retornar às suas atividades corriqueiras.

A principal fonte de informação para comparar o desempenho do veículo são as orientações técnicas fornecidas pelo fabricante. Desse modo, é possível estabelecer comparativos de desempenho e duração das peças. Essa lista ajuda você a não pular etapas e ter certeza de que tudo o que é preciso foi analisado. Confira, abaixo, alguns itens que devem ser verificados e que não podem faltar!

Óleo e motor

Verifique periodicamente o nível de óleo do motor e a presença de detritos, além de observar características como viscosidade e cor. Sujeiras e resíduos podem indicar uma má lubrificação das peças do motor, o que pode afetar o seu desempenho. Em relação ao compartimento do motor, lembre-se também de analisar correias e tensores, o nível do reservatório do líquido de arrefecimento e possíveis vazamentos.

Ruídos

Apesar de alguns ruídos serem comuns no cotidiano do caminhoneiro, sons irregulares na troca de marcha ou ao acionar o freio, podem indicar um problema maior. Desse modo, é interessante pedir para os motoristas ficarem atentos a ruídos. O bom funcionamento do caminhão é primordial para a segurança de todos nas rodovias.

Pneus

É básico observar se não há avarias na profundidade das bandas de rodagem e na área dos pneus, além de ajustar a pressão ao peso da carga a ser transportada. Evite rodar com pneus instáveis.

Componentes internos

Freios, embreagem, painel, luzes indicativas e extintor não devem ficar de fora do checklist. Faça testes do sistema de frenagem para observar se há necessidade de trocar componentes. Verifique, ainda, a condição das pastilhas, discos, lonas e tambores.

Sistema elétrico

É válido observar se não há oxidação na bateria, nos terminais e nos cabos. Pode ser um sinal de mau contato dos componentes elétricos. A atualização das baterias, de acordo com a sua vida útil, é importante para manter os caminhões rodando.

Escapamento

Busque por sujeiras ou fluidos que possam impedir a saída de ar e interferir no desempenho do veículo. Ademais, alterações na cor — como branca ou azulada — da fumaça que sai do escapamento podem indicar problemas com a regulagem da entrada de óleo, por exemplo.

Esses são apenas alguns componentes que devem constar no checklist. Lembre-se também de que cada item pode ter um período específico de verificação. Por exemplo, óleo, sistemas de freios e condições de suspensão devem ser revisados a cada 6 meses, 10 mil quilômetros ou de acordo com a recomendação do fabricante.

Por mais que a percepção dos colaboradores e motoristas seja importante para identificar possíveis problemas nos caminhões. Não basta apenas se basear nesse conhecimento ou experiência. As peculiaridades e os detalhes de cada veículo estão no manual e seguir essas recomendações é primordial para garantir o máximo de durabilidade e desempenho da frota.

Quais são os principais benefícios obtidos?

Além do controle sobre o desempenho da frota, esse tipo de manutenção permite a redução de gastos com reparos emergenciais e com a parada do veículo em caso de acidentes. É perceptível como os pequenos defeitos não progridem para se tornarem problemas que causam a interrupção da operação logística. Essa é uma medida essencial para reduzir o impacto da depreciação do patrimônio e a necessidade de substituição dos veículos.

A atividade de manutenção preventiva é de grande importância, pois procura implementar estratégias para avaliar o estado dos caminhões, realizar ajustes e ampliar a vida útil da frota. Além disso, ajuda até a trazer mais segurança para os caminhoneiros e colaboradores da transportadora.

E você? Como anda a manutenção de frota de caminhões na sua empresa? Tem mais alguma dúvida sobre o assunto? Deixe um comentário aqui no post!

Compartilhe este post

plugins premium WordPress