O transporte de cargas é um setor com muitas normas e tecnicalidades, o que exige planejamento e atenção por parte da gestão responsável pelas frotas. Dentre as regras mais importantes nesse segmento, destacamos a famosa Lei da Balança, a qual determina os limites de peso por eixo que têm de ser respeitados nas estradas.
Por isso, elaboramos este artigo completo sobre o tema. Aqui, você entenderá o funcionamento e a importância desses limites, além de descobrir como é feito o cálculo de peso e quais as consequências para quem desrespeita essas condições. Não perca tempo e acompanhe!
O que é peso por eixo?
É sabido que o peso é uma das métricas mais relevantes no transporte de cargas. Quanto mais carregado um caminhão, maior o aproveitamento de sua capacidade de armazenamento e, por consequência, menores os custos logísticos da operação. No entanto, a fórmula não é tão simples.
Não basta apenas preencher a totalidade da capacidade de carga dos veículos e mandá-los para as estradas. A fim de garantir a segurança no trânsito, a regularidade com o Estado e o bom funcionamento do veículo, é fundamental obedecer aos limites estabelecidos pela Lei da Balança — o que chamamos de “peso por eixo”.
Lei da Balança
Baseada nas Resoluções 210 e 211 do Conselho Nacional de Trânsito, a Lei da Balança é uma determinação que regulamenta os limites máximos de peso por eixo, e, assim, estimula a preservação das rodovias e eleva a segurança nas estradas, reduzindo o número de acidentes causados por esse tipo de descomedimento e de negligência.
Peso por eixo
Conforme sugere o nome, o peso por eixo é uma métrica dinâmica que atende à variedade de modelos e às configurações de veículos disponíveis no Brasil. Por essa razão, o peso por eixo oferece uma análise muito mais precisa e detalhada do que se o excesso fosse calculado somente sobre o peso bruto total.
Como calcular o peso por eixo?
O objetivo da métrica é ser personalizável, justamente para refletir a configuração específica de cada veículo. Sendo assim, diferentes eixos, com diferentes configurações, apresentam diferentes limites. Abaixo, listamos o peso permitido por cada tipo de eixo. Dê uma olhada:
- eixo isolado com 2 pneus: 6 toneladas;
- eixo isolado com 4 pneus: 10 toneladas;
- conjunto de 2 eixos direcionais com 2 pneus cada: 12 toneladas;
- conjunto de 2 eixos em tandem com 4 pneus cada: 17 toneladas;
- conjuntos de 3 eixos em tandem com 4 pneus cada: 25,5 toneladas.
Cálculo
Agora que você conhece o limite de peso por eixo, confira alguns exemplos com variados tipos de caminhões:
Toco
- eixo isolado com 2 pneus sob a cabine: 6 toneladas;
- eixo isolado com 4 pneus sob o baú: 10 toneladas;
- limite máximo permitido: 16 toneladas.
Trucado
- eixo isolado com 2 pneus sob a cabine: 6 toneladas;
- conjunto de 2 eixos em tandem com 4 pneus cada sob o baú: 17 toneladas;
- limite máximo permitido: 23 toneladas.
Cavalo trucado com carreta LS
- eixo isolado com 2 pneus sob a cabine: 6 toneladas;
- conjunto de 2 eixos em tandem com 4 pneus cada sob o baú: 17 toneladas;
- conjuntos de 3 eixos em tandem com 4 pneus cada sob o baú: 25,5 toneladas;
- limite máximo permitido: 48,5 toneladas.
Existe tolerância para o excesso de peso?
Sim! Manter um controle de cargas 100% exato é um desafio complexo e sofisticado. Por conta disso, existem alguns percentuais de tolerância em que o transportador não será penalizado na balança. Há duas métricas de tolerância, a que avalia o excesso no peso bruto total e a por eixo.
Tolerância no peso bruto total
No peso bruto total, tem-se uma tolerância de 5%. Então, imagine o toco do exemplo supra, que pode rodar com até 16 toneladas de peso bruto total. Ante essa regra, ele será “perdoado” se não passar de 16.800 kg.
Tolerância no peso por eixo
No peso por eixo, a tolerância é de 10%. Considere o mesmo toco, capaz de levar até 16 toneladas de peso bruto total. O eixo limitado a 6 toneladas consegue passar, pela tolerância, com até 6.600 kg, e o eixo limitado a 10 toneladas, com até 11.000 kg.
Importância da tolerância
Essas margens são convenientes por levarem em conta que imprevistos acontecem, nem sempre sendo possível garantir um carregamento totalmente preciso. Dessa forma, as margens concedem uma breve zona de tolerância, dentro da qual se estipula que não houve má fé do transportador, e, portanto, não incide aplicação de multa.
Quais as consequências de exceder o limite de peso por eixo?
Multa e transbordo são as duas principais consequências para quem excede o peso por eixo. Até 12,5% de excesso, o motorista é tão somente multado, e não há a necessidade de transbordo, que é a chamada de outro veículo para distribuir a carga e seguir a viagem.
Acima de 12,5% de excesso, aplica-se multa e exige-se o transbordo. Tanto a gravidade quanto o valor da multa são proporcionais ao excedente registrado:
- até 600 kg, aplica-se infração média, com multa de R$130,16;
- entre 600 kg e 1 tonelada, aplica-se infração grave, com multa de R$195,23;
- superior a 1 tonelada, aplica-se infração gravíssima, com multa de R$293,47.
E aqui também vale lembrar que, a depender do estado da pontuação da CNH do motorista, pode ocorrer, ainda, o recolhimento da carteira e a apreensão do veículo, causando um prejuízo gigantesco à operação logística.
Por fim, cabe destacar a importância desses limites à segurança no trânsito e à preservação das rodovias. Afinal, quanto maior o sobrepeso dos veículos, maior o desgaste das estradas e maiores os riscos durante a condução.
Além disso, é imprescindível entender que tolerância não significa maior capacidade de carga, de modo que os veículos devem ser carregados observando-se o limite original. A margem de tolerância existe apenas para cobrir as pequenas distorções que possam ocorrer entre balanças distintas.
Agora que você compreende tudo o que é necessário saber com relação ao peso por eixo, aproveite para continuar recebendo mais conteúdos acerca desse tema. Para tanto, é só acessar e seguir as nossas páginas nas redes sociais — você pode nos encontrar no Facebook, no LinkedIn e no YouTube!